A cardiologia é uma área da medicina que utiliza-se muito de uma classe de medicamentos chamada de anticoagulantes orais. Tratam-se de medicações com a finalidade de reduzir a coagulação de sangue. Este efeito é muito útil, e as vezes até essencial, em uma variedade de doenças cardiológicas. Os anticoagulantes mais usados hoje no Brasil são Marevan®, Coumadin®, Varfarina,  Pradaxa®, Xarelto® , Lixiana®, Eliquis® e rivaroxabana.

Para as pessoas que utilizam alguma dessas medicações, são necessários alguns cuidados:

– Caso o paciente use uma dose excessiva de anticoagulantes orais, corre sério risco de hemorragia, e caso use uma dose insuficiente, o efeito da medicação pode desaparecer. Portanto, o uso dessas medicações deve ser rigorosamente como o orientado pelo médico, sem falhar as doses.

– A redução da coagulação do sangue facilita o surgimento de hemorragias. Portanto, o paciente deve tomar cuidado para evitar ferimentos e traumatismos, quedas, pancadas na cabeça, etc.

– A redução da coagulação do sangue aumenta o sangramento em cirurgias. Portanto, é essencial que o paciente comunique a seu médico que está usando esse tipo de medicação, caso vá submeter-se a algum procedimento cirúrgico ou extração dentária.

– A redução da coagulação do sangue facilita o sangramento interno em caso de úlceras no estômago. Portanto, o paciente deve estar atento para sintomas como azia ou dor no estômago e procurar seu médico caso os sinta.

– Diversas outras medicações podem interferir no efeito dos anticoagulantes orais, portanto o paciente não deve ingerir outras medicações sem orientação médica, e deve sempre comunicar ao médico sobre o uso de anticoagulantes orais.

– Caso o paciente perceba algum sangramento anormal (sangue na urina, sangue nas fezes, sangramento nasal, etc) deve comunicar imediatamente seu médico.

Existem diversos anticoagulantes orais no mercado, e podem ser divididos em 2 grandes grupos:

1)      Cumarínicos (Marevan®, Coumadin®, Varfarina): são os mais antigos, ainda muito utilizados, devido ao baixo custo e à longa experiência com seu uso, porém possuem o inconveniente da dosagem variável: a dose dessas medicações é diferente para cada pessoa, e varia de acordo com a passagem do tempo. Portanto, quem utiliza alguma dessas medicações deve realizar periodicamente um exame de sangue para ajustar a dose do remédio: é o exame de RNI ou TP. Esse exame deve ser realizado regularmente, de acordo com orientação do médico, de preferência sempre no mesmo laboratório. O exame não precisa ser realizado em jejum, e o resultado normalmente está disponível em poucas horas. Assim que o resultado estiver disponível, deve ser enviado para o médico, que analisará o exame e, baseado no histórico do paciente, fornecerá a nova dose e a data do próximo exame de sangue. É essencial que o paciente nunca interrompa a realização periódica deste exame, caso contrário corre-se grande risco de complicações, até mesmo fatais.

2)      Novos anticoagulantes (Pradaxa®, Xarelto®, Eliquis®, Lixiana®, Rivaroxabana) – cada vez mais utilizados devido à praticidade: todos têm dose fixa, não necessitando de ajustes nem de exames de sangue para controle. Mas não servem para todas as patologias.

Caso você seja usuário de anticoagulantes orais, não esqueça de seguir as recomendações acima e fazer os exames de controle sempre que solicitados.